Dono de lotérica é vítima de latrocínio em Limeira; sindicato defende lei para obrigar presença de vigilante

Após a trágica morte do empresário Celso Seigi Okada, de 60 anos, proprietário de lotérica na Avenida Pedro Elias, Jardim Vista Alegre, em Limeira, na manhã desta quinta-feira (2) o Sindicato dos Vigilantes de Limeira e Região (Sindvigilim) encaminhou nota pública, assinada pela presidente Mirian Marques.

Imagens chocantes do circuito de segurança mostram a abordagem de um homem ao proprietário dentro do estabelecimento. A vítima reagiu e entrou em luta corporal, momento em que foi atingido por um dos disparos de arma de fogo. O homem não conseguiu levar nada do local.

Buscas são feitas pela GCM, PM e Polícia Civil para localizar o suspeito.

Veja a nota na íntegra:

“A morte de um homem, proprietário de uma lotérica no Jardim Vista Alegre, reacende em Limeira o debate sobre a segurança nestes estabelecimentos. E a necessidade da presença de vigilantes profissionais armados, cuja obrigatoriedade hoje não existe nas agências do município – apenas câmeras de segurança são exigidas pela Legislação.

Só este profissional pode se propor a garantir a segurança de um estabelecimento. Câmeras de monitoramento inibem apenas parte dos criminosos, e servem de prova em eventuais processos judiciais. Um profissional treinado e armado poderia ter evitado a tragédia desta quinta-feira (2) em Limeira, ou pelo menos ter dado a ela desfecho bem diferente.

Logo na entrada do imóvel, o profissional treinado observa o perímetro, e dá retaguarda aos proprietários e funcionários na entrada para o trabalho. Sem dividir a atenção com o funcionamento da agência, o vigilante se atenta exclusivamente para a prevenção do crime, constituindo-se na garantia da segurança.

Já observamos uma tentativa de assalto em Limeira, onde o criminoso se utilizou de um capacete. Era a certeza da fragilidade do sistema, formado por trabalhadores indefesos e em sua maioria mulheres. Em 2016, houve troca de tiros no interior de uma lotérica do bairro Boa Vista, quando um PM à paisana reagiu a um assalto. Perigo extremo para clientes e trabalhadores. Em outras ocasiões, assaltos sem resistência, mas que poderiam redundar em mortes.

É preciso rever a Legislação. As lotéricas precisam de um vigilante profissional armado.

Em 2010, o ex-vereador Silvio Britto apresentou projeto que previa a presença de profissionais vigilantes nas agências lotéricas do município. Após amplo debate, que contou com a participação do Sindvigilim (Sindicato dos Vigilantes de Limeira e Região), uma lei chegou a ser aprovada neste sentido, mas outra se sobrepôs determinando apenas a obrigatoriedade de câmeras de segurança.

A pressão por esta mudança adveio dos proprietários, que alegavam ser da Caixa Econômica Federal, a responsabilidade pela contratação de profissionais vigilantes. A Caixa rebatia. Ao final, não se firmou na Legislação a obrigatoriedade de um segurança profissional armado nas lotéricas, em prejuízo das pessoas que trabalham e utilizam os estabelecimentos diariamente no município.

Desnecessário lembrar que estes comércios se transformaram em verdadeiras agências bancárias, com fartas movimentações de dinheiro. Vamos esperar outra tragédia ocorrer, para tomar providências?

O Sindvigilim manifesta profundo pesar pela morte ocorrida nesta quinta-feira”.

Foto: Wagner Morente

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