A pedido do Ministério Público (MP), o juiz da 3ª Vara Criminal de Limeira, Rafael da Cruz Gouveia Linardi, determinou o arquivamento do inquérito policial que apurou possível assédio praticado por um atleta a jogadores do Andradina Futebol Clube, para que perdessem uma partida contra o Independente de Limeira por uma diferença de três gols ou mais em 2019, pela 4ª Divisão do Campeonato Paulista.
A partir de informações anônimas indicando o assédio, que também teria atingido o técnico do Andradina, o inquérito apurou crime tipificado no artigo 41-D da Lei 10.671/2003 (Estatuto do Torcedor): Dar ou prometer vantagem patrimonial ou não patrimonial com o fim de alterar ou falsear o resultado de uma competição desportiva ou evento a ela associado, cuja pena prevista é de 2 a 6 anos. Este delito foi incluído na legislação em 2010.
A partida entre o clube limeirense e o Andradina aconteceu em 2 de agosto de 2019, sexta-feira à noite, e terminou com o placar de 3 a 1 a favor do Independente, não alcançando a diferença de gols supostamente pretendida pelo jogador denunciado, um atleta que estaria sem contrato com qualquer clube naquele período.
O jogo foi acompanhado por uma equipe da Polícia Civil de Limeira. Em relatório, os agentes informaram que não vislumbraram nada de incorreto ou manipulado. “Constatamos que houve uma partida acirrada e com dificuldades de ambas as partes. Vale salientar, em relação ao resultado previsto na denúncia, não configurou ser mais de 3 gols de diferença, pois o resultado final foi Independente 3 x 1 Andradina”, diz o relatório.
O presidente do Galo à época informou à Polícia Civil desconhecer qualquer tentativa de manipulação do jogo, que ocorreu normalmente. Já o presidente do Andradina relatou que soube que um homem entrou em contato com jogadores e o técnico do seu clube com o objetivo de manipular o resultado. Porém, eles garantiram que não aceitaram nenhuma proposta de fraude.
Os fatos foram relatados à Corregedoria da Federação Paulista de Futebol (FPF), que pediu a abertura de inquérito. A Polícia Civil tentou localizar o técnico do Andradina e os jogadores que teriam recusado a oferta, mas ninguém foi localizado. O suposto aliciador também não foi identificado.
Diante das informações, o promotor Rodrigo Fiusa considerou que as provas são frágeis, já que o depoimento do presidente do Andradina não foi corroborado por ninguém. O arquivamento foi confirmado pela Justiça em despacho assinado no último dia 10.
Foto: Pixabay
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