A Polícia Civil de Cordeirópolis cumpriu mandado de prisão preventiva na tarde de quarta-feira (13) contra G.C.C., denunciado pelo Ministério Público (MP) de Araras por duas tentativas de homicídio qualificado. O acusado, em outubro deste ano, tentou matar a ex-esposa e a filha de apenas três anos. A intenção dele também era tirar a própria vida.
A denúncia do caso é assinada pelo promotor Cassiano Gil Zancolli e aponta a gravidade dos crimes atribuídos a G.. Conforme Cassiano, G. e a mulher estavam separados havia um mês, mas ele não aceitou o término do relacionamento. Ele planejou a morte das vítimas e, no dia 13 daquele mês, convenceu a mulher para acompanhá-lo até um restaurante em Mogi Mirim, alegando que iria presentar a filha.
Porém, no percurso, ele mudou o trajeto em direção a Araras e revelou sua intenção às vítimas: “a hora havia chegado”. Citou também que três dias antes tinha planejado tudo, ou seja, tirar a vida da ex-esposa, da filha e depois se suicidar.
Para isso, ele sacou um estilete e começou a atacar a mulher dentro do próprio carro. A vítima conseguiu se defender e proteger a criança, que estava em seu colo. As agressões pararam momentaneamente quando o veículo se aproximou de um pedágio e, nesse momento, a mulher foi ameaçada para não fazer algo que chamasse a atenção.
Ela, no entanto, abriu a porta, gritou por socorro e tentou colocar a criança para fora do veículo.
G., antes que a mulher soltasse a mão da filha, acelerou o automóvel e chegou a arrastar a criança por alguns metros. Somente parou quando a mulher se comprometeu a colocar a menina no interior do carro. No entanto, de acordo com o promotor, o instinto materno da mulher a impediu. Ela salvou a criança deixando-a do lado de fora.
O acusado, então, avançou com o carro e continuou com os golpes de estilete. Quando parou o automóvel, tentou esganar a vítima, que correu, foi puxada pelos cabelos e sofreu um golpe quase fatal no pescoço. Acreditando que tinha consumado seu plano, o acusado se autolesionou com o estilete e tentou se jogar contra um veículo em movimento, mas desistiu. A mulher apenas não morre porque foi socorrida prontamente.
Para o promotor, G. cometeu contra a mulher tentativa de homicídio qualificado: motivo torpe, mediante meio cruel, por razões da condição de sexo feminino e usando de recurso que dificultou a defesa, bem como na presença de descendente da vítima. Contra a criança, a tentativa de homicídio também foi qualificada: por razões de condição de sexo feminino e na presença física de ascendente da vítima.
A prisão preventiva do acusado foi decretada na terça-feira (12) pelo juiz Rafael Pavan de Moraes Filgueira, da Vara Criminal de Araras, e foi cumprida no Jardim Cordeiro, em Cordeirópolis. A denúncia, até esta quinta-feira (14), ainda não tinha sido recebida e o promotor pede que G. seja julgado e condenado pelo Tribunal do Júri.
Foto: Divulgação
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