Acusado de matar aluna da Unicamp admirava serial killer e ataque em Suzano
delegado seccional William Marchi

Preso na quarta-feira (18), D.S. é apontado pela Polícia Civil de São João da Boa Vista como autor do latrocínio (roubo seguido de morte) da estudante da Unicamp Mayara Roquetto Valentim, de 23 anos. O crime ocorreu no domingo, quando a vítima caminhava nas imediações da estrada da Serra Paulista. O caso é semelhante ao ocorrido em Limeira em março de 2017, quando Sandy Andrade, de 21 anos e também aluna da Unicamp, foi encontrada morta numa área verde da cidade. Na ocasião, a investigação que embasou a denúncia e que resultou na condenação do jardineiro M.S., à pena de 36 anos de prisão, foi conduzida pelo então delegado da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) limeirense, William Marchi. Hoje, Marchi é delegado seccional de São João da Boa Vista e foi entrevistado pelo DJ sobre o caso de Mayara. Marchi revelou que o investigado admirava o assassino em série Lázaro Barbosa e o ataque na escola em Suzano, ocorrido em 2011.

Já com passagens pela polícia e inclusive caso de violência doméstica contra própria mãe, D. vivia numa pensão para não provocar mais problemas à família. No sábado (14), ele chamou uma mulher vizinha para ajudar a puxar um armário em seu cômodo. O convite, na verdade, tinha outra intenção. “Ele atraiu essa vítima até o quarto, apontou uma arma para ela e chegou a disparar duas vezes, mas os tiros falharam. Houve luta corporal, a vítima gritou e ele correu com a arma nas mãos, deixando para trás uma munição na escada”, descreveu Marchi.

A partir desse caso, a DIG de São João da Boa Vista passou a apurar o crime e conseguiu um mandado de prisão. Para a Polícia Civil, ele fugiu para o mesmo local onde, no domingo (15), encontrou com Mayara caminhando. A estudante foi morta com 28 golpes de faca e seu corpo foi localizado por uma amiga, durante buscas que tiveram início após a notícia do desaparecimento dela. A jovem estudava Ciências Biológicas na Unicamp.

Parede do quarto do acusado

A partir de relatos de testemunhas, que afirmaram ter visto D. naquelas imediações, houve uma mobilização de policiais civis, militares, guaras civis municipais com auxílio de cão farejador para identificar o paradeiro do suspeito. “Foram feitas buscas na casa da mãe e também na pensão onde ele vivia. “Ele venerava o Lázaro, dos casos em Goiás, e o ataque ocorrido em Suzano. Tinha coisas na parede, inclusive uma suástica. Também foi encontrada uma carta redigida à mão cujo teor tratava sobre morte. Tentou matar uma pessoa e matou Mayara de forma totalmente gratuita. Provavelmente, mataria outras”, descreveu o delegado.

A PRISÃO

Momento da prisão

A prisão de D. ocorreu na quarta-feira numa área de mata de São João da Boa Vista. Ele tentou fugir dos policiais, mas acabou capturado. O celular de Mayara foi encontrado em sua cueca, bem como o canivete com marcas de sangue, possivelmente usado para matar a jovem. Ele também indicou aos policiais onde estava a arma usada na tentativa de homicídio no sábado.

Ele aguardará a conclusão do inquérito policial preso e, caso o Ministério Público (MP) mantenha o entendimento da Polícia Civil, deverá ser denunciado pelo latrocínio de Mayara.

Mayara tinha 23 anos

Fotos: Polícia Civil

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