por José Walter Ferreira Júnior
Nos últimos anos, a responsabilidade social deixou de ser vista apenas como uma ferramenta de marketing empresarial e passou a ocupar uma posição central nas estratégias corporativas. E esse aspecto não é isolado.
Dados recentes levantados pela pesquisa Mapa ESG Brasil, feita pela consultoria Plano, em parceria com a Mynd e realizada pela Ilume, divulgada em agosto de 2024, revelam que 72% das empresas entrevistadas priorizam ações de responsabilidade social em suas agendas ESG. Esse número, por si só, é um indicativo claro da mudança de mentalidade e da necessidade urgente de revisão das práticas empresariais.
Essa transformação é impulsionada por um novo perfil de consumidor, que valoriza e prefere marcas comprometidas com valores éticos, transparência e o bem-estar coletivo. Por conta disso, as empresas que não se adaptarem, correm o risco de ficar obsoletas, pois os consumidores, cada vez mais conscientes, exigem que as corporações assumam um papel mais ativo nas questões sociais.
No Brasil, um país historicamente marcado por desigualdades, o papel das empresas vai muito além do de gerar lucro, afinal, elas podem ser agentes de transformação social, com recursos e influência suficientes para promover resultados positivos em larga escala. Programas de inclusão, capacitação e apoio às comunidades vulneráveis têm o potencial de transformar realidades e construir um futuro mais justo para todos. Com isso, ao investir em ações concretas, as empresas não apenas investem para o desenvolvimento social, mas também fortalecem a sua própria relevância no mercado.
Entretanto, é importante enfatizar que a responsabilidade social não deve ser encarada como uma estratégia de limpeza de imagem ou como uma ação pontual para minimizar danos. A expectativa hoje é que as corporações sejam inovadoras, promovendo inclusão, equidade e práticas sustentáveis de forma genuína e contínua. E o retorno é tangível: empresas que adotam esse tipo de postura constroem uma base de confiança sólida com seus consumidores, colaboradores e, principalmente,investidores.
Ao assumir esse papel, uma empresa se destaca no mercado, cria vantagem competitiva e fideliza seus clientes. Marcas vistas como socialmente responsáveis são admiradas e confiáveis, e essa percepção tem impacto direto nas vendas e na atração de parcerias comerciais.
A responsabilidade social não é mais uma escolha, mas uma exigência do presente e do futuro. Empresas que incorporam essa estratégia de forma autêntica, não apenas garantem sua longevidade no mercado, mas também são direcionadas para um futuro mais justo e sustentável para todos.
José Walter Ferreira Júnior é Diretor Jurídico e de Assuntos Corporativos na RNI Negócios Imobiliários S/A.
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